A cada 29h uma morte por violência LGBTfóbica é registrada no Brasil.¹
¹Relatório 2021 Grupo Gay da Bahia.
As pessoas que fazem
parte da comunidade
LGBTQIA+ têm
6x mais
chance de
cometer suicídio e
62,5%
já pensaram em
tirar a própria
vida.²
²Dados da revista científica
americana Pediatrics.
LGBTfobia:
você sabe
o que isso
significa?
O sufixo “fobia” é um sentimento exagerado de aversão, intolerância ou rejeição. LGBTfobia é o preconceito, a discriminação e o sentimento de ódio contra todas as pessoas da comunidade LGBTQIA+.
Mas você sabe
quem faz parte
da comunidade
LGBTQIA+?
L_lésbicas: mulheres que sentem atração por outras mulheres. Lesbofobia é o termo utilizado quando uma pessoa discrimina as mulheres lésbicas.
G_gays: homens que sentem atração por outros homens. O preconceito contra homens gays é chamado homofobia.
B_bissexuais: são pessoas que sentem atração por pessoas de qualquer sexo ou gênero. Quando são discriminadas, essas pessoas são vítimas de bifobia.
T_trans e travesti: a letra T está ligada à identidade de gênero, ou seja, como uma pessoa se sente em relação ao próprio gênero. Trans são pessoas que não se identificam com o gênero atribuído no seu nascimento. Travesti é a identidade adotada por pessoas que nasceram com o sexo masculino, mas que possuem identidades femininas. Dessa forma, o artigo e os pronomes são A travesti e ELA/DELA. Transfobia é o nome dado a toda forma de discriminação ou violência contra pessoas desse grupo.
Q_queer: termo guarda-chuva para minorias de gênero, identidade de gênero e expressão de gênero, ou seja, que não se encaixam no padrão heteronormativo ou não são pessoas cisgênero.
I_intersexo: são pessoas que nascem com características biológicas que não se encaixam nas características típicas de sexo masculino ou feminino, tais como fatores cromossômicos, hormonais ou fenotípicos, além de fatores internos ou externos. Antigamente eram conhecidos como “hermafroditas”. Porém, atualmente, esse termo é pejorativo e se encontra em desuso.
A_assexuais: pessoas que não sentem atração sexual por nenhum gênero.
+_mais: a sigla termina com o sinal de “+” justamente para representar que ela não termina. A inclusão é uma das pautas do movimento, e o “+” abrange todas as pessoas.
Expressões
ou palavras que
ofendem, reforçam
a LGBTfobia e devem
ser eliminadas do
vocabulário
Nós, enquanto sociedade, temos o dever de garantir que todas as pessoas possam viver, ser e amar de forma livre, mas, infelizmente, ainda não estamos vivendo essa realidade. Não é certo afirmar que apenas o relacionamento entre pessoas de gêneros opostos (homem + mulher) é correto e também não é certo rejeitar qualquer orientação que não seja a heterossexual.
Dentro desse contexto, piadinhas e comentários aparentemente inofensivos surgem a todo momento, causando angústia e sofrimento à comunidade LGBTQIA+.
Confira abaixo algumas expressões e palavras que podem magoar outras pessoas, mesmo sem a intenção.
Homossexualismo
O sufixo “ismo”, se acrescentado no fim das palavras, geralmente é utilizado para nomear doenças. Infelizmente, até 1990 a Organização Mundial da Saúde (OMS) considerava a homessexualidade uma doença. E, com relação à transexualidade, somente em 2019 ela foi retirada do cadastro de transtornos de distúrbios mentais.
Homossexualidade
Nenhuma orientação sexual deve ser encarada como uma doença, anomalia ou distúrbio. Não existe cura para aquilo que não é uma doença.
Sapatão ou caminhoneira
Termo pejorativo para definir uma mulher homossexual.
O correto é LÉSBICA.
Traveco
O sufixo “eco” é utilizado para diminuir ou desdenhar de algo ou alguém. Tal qual “sapatão”, “traveco” é um termo pejorativo.
Em vez disso, utilize
A TRAVESTI.
Ser
quem
você é
jamais
deve
ser um
problema.
Liz Camargo
Opção sexual
Uma pessoa não escolhe a sua sexualidade, e é exatamente a isso que a palavra “opção” remete. Quando conversamos sobre sexualidade, estamos abordando algo que é natural e individual.
Por isso, o termo correto
é ORIENTAÇÃO SEXUAL.
Cirurgia de mudança de sexo
Termo popular, porém inadequado para se referir ao procedimento pelo qual as características sexuais/genitais de uma pessoa são mudadas com o objetivo de se ter o corpo adequado à sua identidade de gênero.
Em vez disso, utilize CIRURGIA
DE REDESIGNAÇÃO SEXUAL.
Atenção: perguntar se a pessoa fez a cirurgia é indelicado, afinal essa é uma informação íntima que só diz respeito a ela. Lembrando também que não é uma cirurgia que vai confirmar a identidade de gênero das pessoas. Existem pessoas trans e travestis que não fazem esse procedimento, seja por escolha, seja por falta de recursos, e elas devem ser respeitadas da mesma forma.
“Você não parece gay/trans/lésbica!”
Frase preconceituosa que generaliza a “personificação” do gay, trans ou lésbica. A orientação sexual não está necessariamente ligada às características das pessoas.
“Mas qual é o seu nome de verdade?” ou “Qual é o nome de morto?”
As pessoas trans que optam pela mudança de nome querem deixar o nome antigo para trás. Como a própria expressão diz, é um “nome morto”. Refira-se à pessoa pelo nome indicado ou pelo seu nome social e não pergunte pelo seu nome de registro.
“Nada contra gays, mas não precisa ficar se beijando publicamente.”
Beijar é uma forma de demonstrar carinho e amor, independentemente da sexualidade. Vamos respeitar todas as formas de amor!
“Não precisa contar pra todo mundo que você é homossexual.”
Reprimir é também uma forma de discriminar. A decisão de falar ou não sobre a orientação sexual é da pessoa.
“Vai querer virar homem agora?”
Comentário que se refere às mulheres lésbicas e, geralmente, feito por pessoas que acreditam que as mulheres precisam seguir um padrão físico e comportamental determinado pelo senso comum. Vale lembrar que cada um é livre para se comunicar, ser e se vestir do jeito que desejar.
“Só pode ser falta de homem!”
Essa afirmação é direcionada geralmente a mulheres lésbicas. O tom da mensagem é arrogante, pois supõe que a orientação sexual das pessoas homossexuais é resultado de más experiências heterossexuais. E o raciocínio está equivocado.
“Quem é o homem
ou a mulher da relação?”
Não existe mulher na relação homoafetiva entre homens, assim como não existe homem na relação homoafetiva entre mulheres. A pergunta é desrespeitosa e reforça ideias de uma sociedade heteronormativa.
“Você nunca será mãe.”
A expressão dá a entender que um filho só pode ser fruto de um relacionamento heterossexual. Uma mulher lésbica ou trans pode, sim, ser mãe! A maternidade traz inúmeras possibilidades, como a adoção, por exemplo.
“Também quero participar dessa relação.”
Frase geralmente dita por homens heterossexuais, carregada de machismo e que reforça a cultura do corpo feminino como objeto.
“Não precisa ser afeminado.”
A palavra “afeminado”, quando utilizada de forma pejorativa, pode ser ofensiva tanto para gays quanto para mulheres gays e heterossexuais. No contexto acima, por exemplo, o tom da mensagem dá a entender que homens gays e mulheres, gays e heterossexuais, possuem qualidades inferiores se comparadas ao homem hétero.
“Quando você virou gay ou lésbica?”
“Com quem você aprendeu a ser gay ou lésbica?”
Orientação sexual não é uma opção. Ninguém aprende ou decide ser gay ou lésbica. O mundo é diverso, as pessoas são diversas e todas as formas de amar, existir e viver são válidas.
“Você nunca será pai.”
Da mesma forma que lésbicas podem ser mães, homens gays também podem ser pais. Quando se trata de um homem trans, também existe a possibilidade de gestar, pois ele ainda pode ter o aparelho reprodutor feminino.
“Sempre quis ter um chaveirinho.”
A fala valida o estereótipo criado pela sociedade de que o homem gay acompanha a mulher hétero na rotina do dia a dia e faz tudo por ela.
“Não tenho preconceito, tenho até alguns amigos gays/amigas lésbicas.”
Ter amigos LGBTQIA+ não determina se uma pessoa é ou não preconceituosa e se respeita ou não a comunidade.
“Isso é trabalho de homem/macho.”
Não existe nenhum trabalho que seja exclusivo de nenhum gênero. Se hoje essa ideia ainda perdura, é devido à construção histórica da nossa sociedade, na qual mulheres e homens gays são vistos como seres frágeis e menos aptos a desempenhar atividades que exigem força e raciocínio lógico. Esse comentário machista reforça o homem hétero como um ser superior ao homem gay e às mulheres.
“É bissexual porque
não sabe o que quer.”
Ser bissexual não é sinônimo de estar em dúvida sobre a sexualidade. Quem é bissexual sente atração afetiva e/ou sexual por mais de um gênero, como mencionamos no início do texto.
Respeito
acima de
tudo!
Como podemos ter
um posicionamento
anti-LGBTfobia?
Não precisamos fazer parte da comunidade LGBTQIA+ para ser contra a LGBTfobia. Essa é uma causa de todas as pessoas. Lembre-se de que o amor não tem rótulos e é universal.
Se hoje o tema ainda é abordado com frequência, é porque o preconceito persiste e segue matando milhares de pessoas LGBTQIA+. O Brasil, por exemplo, é o país que mais mata pessoas trans e travestis no mundo.
E como participar dessa luta, fazendo parte ou não da comunidade LGBTQIA+?
Apoie
É muito importante oferecer um ambiente em que as pessoas se sintam seguras, acolhidas e livres para serem quem são, tanto dentro da empresa, na roda de amigos ou em casa quanto na escola ou na faculdade. A exclusão, inclusive, muitas vezes começa dentro de casa.
37%
dos brasileiros
não aceitariam
um filho ou filha
homossexual.
Seja uma rede de apoio
Se você tem filhos LGBTQIA+, procure formas para apoiá-lo. Dê abertura e espaço para o seu filho demonstrar quem ele é e ser feliz, livre de julgamentos. Permita que a sua casa seja o lugar onde ele possa encontrar carinho e afeto.
Caso você tenha amigos cuja família ainda não saiba sobre a orientação sexual dele, não julgue. Ofereça
Todas as pessoas possuem o direito de viver, de amar e de serem amadas.
Você é da comunidade LGBTQIA+ e tem amigos em alguma situação de dificuldade?
Compartilhe a sua experiência e os aprendizados. O seu orgulho pode ser a inspiração que aquela pessoa busca para se sentir sendo ela mesma.
#Orgulho
inspira
Orgulho
Posicione-se. Busque por informação e compartilhe o conhecimento.
Informação é uma das armas contra o ódio e o preconceito. Procure saber mais sobre a luta LGBTQIA+ e mobilize quem faz parte do seu convívio.
Lembre-se!
Percebeu algum comentário preconceituoso durante uma conversa com os amigos?
Existem formas para se posicionar. Se for uma piada, avalie qual a melhor postura diante da colocação. É possível explicar por que determinada frase não é engraçada, por exemplo.
Lembre-se!
Algumas pessoas do seu convívio não entendem as relações LGBTQIA+?
Procure explicar um pouco sobre o contexto e que não somos iguais. Respeitar as pessoas e as suas diferenças é fundamental para termos um mundo melhor.
Lembre-se!
No trabalho, as piadas e comentários preconceituosos são frequentes?
Não compactue com essas atitudes e procure entender se a empresa oferece algum treinamento anti-LGBTfobia. Se não oferece, tente abordar esses temas com a sua liderança. Alguns colegas podem fazer parte da comunidade LGBTQIA+ e se sentirem inseguros em um ambiente sem inclusão.
Procure entender se a empresa possui iniciativas para contratar pessoas LGBTQIA+, especialmente trans e travestis.
Infelizmente, o emprego formal para esse público ainda é uma exceção.
90% da população
transexual e travesti
tem a prostituição
como fonte de renda.
Apoie a representatividade
Seja na cultura ou na sociedade, a representatividade importa em todas as esferas. Valorize e compartilhe o trabalho das pessoas que pertencem à comunidade LGBTQIA+. Se você é um profissional de comunicação, seja um aliado da comunicação sem estereótipos, representativa e inclusiva.
É importante que as
pessoas se sintam
representadas
em lugares que antes
pareciam impossíveis
de se chegar.
Tenha empatia
Avalie os seus próprios conceitos e tente prestar atenção no outro. Esteja aberto ao conhecimento. Caso alguém mencione que seu comentário foi preconceituoso, procure entender e aprender em vez de discordar ou se defender.
O diálogo entre as pessoas é fundamental e gera uma troca de informações e experiências entre quem vive a situação e quem pode ser um aliado na causa.
Denuncie!
LGBTfobia é crime! Em 2019, o Supremo Tribunal Federal determinou que a discriminação contra pessoas LGBTQIA+ fosse enquadrada nos crimes previstos na Lei nº 7.716/1989 (Lei do Racismo).
Além disso, classificou a LGBTfobia na hipótese de homicídio doloso (quando há a intenção de matar), circunstância que o qualifica, por configurar motivo torpe (aquele tido como imoral ou vergonhoso), com pena de reclusão que vai de 12 a 30 anos.
Como você pode
ajudar uma vítima
da LGBTfobia?
Importante!
Preste atenção e acredite no que a pessoa irá contar.
Acolha o relato e evite perguntas e comentários que podem culpar a vítima ou suavizar a situação, como “O que você fez?” ou “Será que foi mesmo assim?”. Pratique a empatia e seja a rede de apoio.
Importante!
Oriente e, se puder, acompanhe a vítima até uma delegacia para registrar o Boletim de Ocorrência.
Também existem instituições de apoio para vítimas da LGBTfobia. Para denunciar a LGBTfobia, existem alguns caminhos:
Abrir um Boletim de Ocorrência em uma delegacia ou online
Utilizar o Disque Direitos Humanos - Disque 100
Registrar a denúncia em new.safernet.org.br/denuncie
LGBTfobia é crime!
Nós, do Grupo Boticário, não toleramos nenhum tipo de preconceito. Por isso, se você é nosso colaborador, parceiro ou fornecedor e já presenciou ou sofreu algum tipo de preconceito e discriminação por fazer parte da comunidade LGBTQIA+, utilize os nossos canais da Ouvidoria para fazer o seu relato.
Entre em contato pelo
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